sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Melhorias para o bairro 2 de Julho são propostas em Oficina no Centro Cultural "Que Ladeira é Essa?”

A segunda oficina de propostas do Plano de Bairro ocorreu na Ladeira da Preguiça



O Centro Cultural "Que Ladeira é Essa?" recebeu, no dia 17 de novembro, a segunda oficina de propostas do Plano de Bairro 2 de Julho, com participação de moradores/as da rua Visconde de Mauá, do Sodré, Fagundes Varela, Areal de Baixo, Augusto França, Av. Lafayete Coutinho e Ladeira da Preguiça. O grupo elaborou propostas relacionadas a temas como meio ambiente, saneamento, educação e saúde, combate à desigualdade, mobilidade, segurança, cultura, com atenção para população mais vulnerável como crianças, idosos/as, mulheres e população em situação de rua.


Moradores/as participam de oficina de propostas para o bairro 2 de Julho, no Centro Cultural Que Ladeira é Essa?

Durante os debates, moradores/as relataram dificuldades na promoção de justiça social no bairro, com impacto no direito à moradia e a ameaça de expulsão de moradores do centro da cidade, como no caso dos decretos de desapropriação que atingem imóveis no bairro. Também foi pontuada preocupação com a exclusão e o futuro de jovens e crianças, o acesso à educação e a espaços de lazer, além de dificuldades na mobilidade com obstáculos nas ruas, lixo e descaso com a fragilidade das encostas. Já a beleza do bairro foi destacada como um ponto forte, especialmente a vista para o mar da Baía de Todos-os-Santos, que é ao mesmo tempo cobiçada por empreendimentos privados de luxo.


Participantes montam mural com imagens do bairro 
Os/as participantes também percebem o bairro com uma cultura local forte, com música e arte pulsantes; e também solidário e unido, criando espaços de lazer com a ocupação de ruas e mutirões de pintura das casas. Uma das moradoras relatou seu sentimento de união, esperança e de lutar pelo espaço: “quero continuar morando aqui”.

Outros participantes destacaram a importância do passado, da memória e da história do bairro na luta por liberdade e pela cidade. E nessa luta, que continua nos tempos atuais, ter direito à cidade para os moradores é ter direito a um bairro e cidade verde e limpa, em que se possa ir e vir tranquilamente, é ter beleza e segurança, é acreditar na potência do passado e dos seus próprios moradores/as; para os participantes ter direito à cidade é principalmente ter direito a ser respeitado e é união e construção coletivas: “somos nós que fazemos; somos a força que move”, finalizou uma moradora. 




Grupo debate as propostas de melhorias para o bairro 2 de Julho



Assim, a partir das suas percepções e experiências, e de informações coletadas durante a pesquisa do Plano de Bairro, apresentadas em painéis informativos com as principais “potencialidades e problemas” do 2 de Julho, os participantes elaboraram propostas de melhorias para o bairrodentre as quais se destacam: Arborização, com criação de espaços públicos e verdes; Florir o bairro, através de mutirões de moradores/as; Melhoria da coleta de lixo e novos coletores; Instalação de creches públicas; Implantação de transporte público interno de porte adequado ao bairro; Construção de casas de atenção e lazer para população de terceira idade; Melhoria da infraestrutura e ampliação do serviço do Posto de Saúde; Construção de casas de apoio e tratamento para população mais vulnerabilizada; Centros de geração de emprego e renda para jovens; Criação de residências artísticas que conectem agentes locais e de outras cidades; Criação e manutenção de hortas comunitárias; Melhoria de espaços públicos de lazer e referentes ao patrimônio e história do bairro.


Panfleto de divulgação da oficina na Preguiça
O uso  dos vazios urbanos foi apontado novamente pelos/as moradores/as presentes como fundamental para implementar algumas propostas, em especial as relacionadas a espaços verdes, sociais, culturais, educacionais e de lazer. As questões referentes às desapropriações e direito à moradia no bairro também foram indicadas como temas importantes para dar continuidade às mobilizações e articulações.

Ao final desse ciclo de oficinas, todas as propostas serão sistematizadas para em seguida serem apresentadas e debatidas com a comunidade. O Plano de Bairro 2 de Julho é um projeto de extensão desenvolvido desde 2014 em parceria com movimentos, organizações e moradores/as do bairro, pelo Grupo de Pesquisa Lugar Comum da Faculdade de Arquitetura da UFBA.

Parte da turma da segunda Oficina de Propostas do Plano de Bairro  2 de Julho


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